(Frida Kahlo)
quarta-feira, 30 de dezembro de 2009
terça-feira, 29 de dezembro de 2009
Sobre as promessas.
E lá se vai mais 365 dias.
Foram só dias, apenas dias, de respirar e sentir. Alguns de dor, outros de alegria.
Sonhos, realidades cruéis e realidades que mais pareceram sonhos.
Tudo em 365 dias. Que se foram, mas não como os outros.
Respirar e sentir não mais como antes. Dor, alegria; Ser humano, mas Ser feliz. Completo.
O amor.
Nada é maior.
Estrelas que em segundos tomam conta do mundo.
Promessas realizadas.Todas elas...
Nem todas como se espera.
Talvez para alimentar novas promessas.
Esses dias se foram?
Apenas uma passagem para os sonhos de hoje e de amanhã, que nunca dormem.
Roupas brancas,ondas, banho de cheiro.
Luzes e o teu abraço.
E nessa hora a esperança sempre se renova.
quarta-feira, 23 de dezembro de 2009
As chaves do mundo imaginário.
Ela tinha um mundo imaginário, onde todas as coisas eram do jeito que ela sonhava.Mas apesar de ser a idealizadora desse mundo, nunca o tinha visitado, pois as chaves para entrar nele estavam nas mãos de um rei muito poderoso com o qual ela tentava duelar muito tempo mas nunca conseguia vencer.
Naquele dia mais uma vez ela iria lutar contra o rei. Se ela não o derrotasse dessa vez, para sempre ele ficaria com a chave e ela nunca iria poder morar no seu mundo imaginário.
Miúda ela vestiu as suas roupas que pareciam ser grandes demais naquele momento;Um escudo frágil e uma simples veste de cetim.Quando abriu o portão,sentiu um vento frio que imaginou não aguentar, pelo menos não naquela condição de ser tão pequeno.Na mesma hora pensou que aquilo só podia ser mais uma armadilha do rei. Então pegou um guardachuvas, que posicionado no sentido do vento serviu como um seguro meio de transporte.
Quando a ventania acalmou, a pequena começou a caminhar assim, em pequenos passos, como em uma valsa tímida. Sabia que faltava muito pouco para o grande confronto e desejava muito derrotar o grande rei e salvar o seu mundo. Devia isso aos moradores dele, pessoas muito especiais que esperavam o momento dela viver ao lado deles e tudo virar uma festa.
Ela tentou andar o mais rápido que pode, para chegar logo onde ela queria, mas suas perninhas não permitiam. Inconformada ela continuou a caminhada já que não havia outra solução.
A trilha que a levaria ao encontro do rei era cheia de segredos e armadilhas.O chão era repleto de pedras espinhosas e ovos gigantes de pássaros da noite. O ar era denso,uma fumaça branca que não permitia a visão do que tinha pela frente. Envolta nessa fumaça, sem querer a garotinha pisou em um ovo. O estalo do ovo quebrado foi semelhante a um trovão. Na mesma hora ela ouviu um canto que vinha dos altos e no meio daquela névoa ela avistou uma gigante ave negra. O animal piava com fúria e voava com toda a velocidade em sua direção. A menina ainda tentou correr, mas seu esforço foi em vão. O pássaro a alcançou com as suas garras, derrubando-a no chão.
Depois do ataque o silêncio. Desmaiada no chão a menina permaneceu por muitas horas. Quando a tarde caiu os seus olhos se abriram. Foi levantando o seu corpo devagar, olhou ao redor. Ficou parada ali algum tempo, pensando no que tinha acontecido.Ficou com medo de continuar a caminhada, mas percebeu que não podia ficar ali, já que a noite estava prestes chegar. Deu um suspiro e voltou a caminhar.
Estava chegando a hora do confronto!'Eu vou recuperar a chave do meu mundo imaginário, não vou deixar o rei roubar isso de mim!'. Determinada, a garotinha seguiu o resto do caminho, dessa vez com muito cuidado, evitando as pedras e os ovos. Quando estava quase chegando, ela começou a sentir o aroma de folhas úmidas. Esse cheiro lhe trouxe um bem estar muito grande e sem entender o seu corpo começou a crescer, tomando formas inimagináveis.Primeiro a sua cabeça, seguido dos pés e do coração. Em poucos segundos, cada passo que ela dava causava um grande tremor no solo. Os novos ares e a caminhada tinham lhe tornado grande o suficiente pra poder lutar contra o rei. Foi quando de longe ela pode avistar o imponente castelo.
Parou na porta de entrada e ele já estava a lhe esperar. Em tom de superioridade ele empunhou a sua arma mais simples, julgando que o duelo seria fácil. Presas em uma pulseira estavam as chaves do mundo imaginário.'Que armas usarás contra mim?'. A menina olhou ao redor assustada. Era grande, mas tinha apenas um escudo.'Então eu a vencerei com um único golpe?'.Com essa certeza o rei correu em sua direção.Mas em frações de segundos a menina lembrou do guardachuva, e ao se esquivar do golpe mortal que o rei tentou lhe desferir, com a alça do objeto ela puxou a pulseira que estava no seu braço. E correndo loucamente ela pulou a janela do castelo, na direção dos ventos, levando a chave do seu mundo que agora era real e pensando tranquilmente: 'Não importa o que aconteça; Sempre a inteligência vai ser maior que a força'.
terça-feira, 22 de dezembro de 2009
...
Coisinha chata o tédio, não? A gente fica pensando no que fazer, mas tudo já foi feito -ou não dá pra ser feito naquele momento; A gente pensa pra onde ir, mas não tem nenhum lugar interessante. Nem pra ler, nem pra olhar...é o vazio do pensar.
Eu ainda tentei escrever sobre algo legal. Ia falar sobre o movimento de literatura marginal de São Paulo, Décio Bar, Roberto Piva, etc. Cheguei até a fazer o primeiro parágrafo, mass o meu nadismo absoluto falou mais alto (Em posts futuros pretendo falar deles), e agora cá estou eu, catando milho e esperando o momento de levantar dessa cadeira.
O engraçado é que eu tenho certeza de que vai ser só o tempo de dar tchau e bater o portão que ele vai passar. Vou pra rua ver gente, coisas, cores e tudo vai ficar legal como na hora que eu acordei, morrendo de sono, mas me sentindo super bem. Porque eu prefiro toddy ao tédio, e porque há sempre coisas novas pra viver e pra conhecer.
Daqui a pouco eu vou fazer todas as coisas que eu quiser.Vou comer uma maniçoba no comércio (hummm), comprar presentes natalinos, tomar um sorvete.Mais tarde vou ver o rapaz que eu amo e a gente vai conversar um monte e rir muito (ainda mais que hoje ele viveu um episódio muito engraçado num coletivo...). Vou escutar música, continuar a leitura do meu livro...E quando eu me der conta, o tédio vai ter dado espaço pras coisas legais que eu tenho, e o tempo já vai ter passado o suficiente pra não dar chance de eu conseguir fazer todas essas coisas, tendo eu que esperar o dia seguinte...
segunda-feira, 21 de dezembro de 2009
Welcome Mini Blues!
Ontem fomos pro estúdio gravar as nossas singelas músicas e o resultado foi melhor que encomenda. O som bem redondinho e preciso, as vozes compreensiveis, etc. Já esperávamos que tudo corresse bem,devido ao tempo que a gente vem ensaiando clandestinamente na casa do nosso batera,o Paulo, mas foi no estúdio que a gente foi perceber os pequenos detalhes que passam batidos nos ensaios garage.A sensação de ouvir todos os instrumentos juntos, foi uma coisa superbacana. Mas eu acho que o que mais surpreendeu mesmo, foi a gente perceber só agora que apesar do nome,das letras e das composições fofas as nossas músicas são bem pesadas.
sexta-feira, 18 de dezembro de 2009
quarta-feira, 16 de dezembro de 2009
Tem dias...
segunda-feira, 14 de dezembro de 2009
Bonde de São Januário.
Foto: Operários- Tarsila do Amaral.
sexta-feira, 11 de dezembro de 2009
Saia justa.
quarta-feira, 9 de dezembro de 2009
Eu maior que o mundo
Hoje eu acordei diferente, embora o mundo continuasse igual.Tem dias que são assim.A gente aperta no
Minha avó como em todas as manhãs me chamou para leventar daquela maneira delicada, que sempre me assusta e me estressa nos primeiros minutos do dia.Levantei obstinada e segui para a cozinha.E de uma maneira bem tranquila falei:''Olha só vó,a senhora não precisa mais me acordar dessa maneira todas as manhãs, eu já tenho o meu despertador''. Se enchendo de espinhos pequena senhora falou:''Então quer dizer que tu estás me dando uma lição de moral? Pois eu nunca mais vou te acordar, nem que tu me peças!''. ''Ok, proveite e não desligue o ventilador na minha cara''. Cheguei a rir sozinha e achar engraçada a tolice e espraguejamentos da velha Dona Ray, mas não cedi. Chega de acordar com sustos e pressões.
Subi no ônibus.Aquela volta de uma hora para chegar no outro lado da cidade,que eu realizo há mais ou menos uns dois meses para chegar no meu adorado e estimulante local de trabalho.No caminho engarrafamentos,calor e escorões.Sentei em um dos bancos da frente do ônibus.Como sempre,ele lotou.Idosas que passeiam de graça nos coletivos todas as manhãs. Não leventei.Desculpe a melhor idade(hoje outro pobre trabalhador pode fingir que é educado e que se preocupa com esse tipo de coisa, mesmo estando morto de cansado),mas pra mim hoje é dia de ir sentada.
Bate ponto.Como podem ver hoje é dia 9.Meu salário de estagiária ainda não saiu. Mês do décimo terceiro(eu, simples estagiária, não sei o que é isso).Fui lá. 'Eu ainda não recebi'. 'Sabe como é,a gente está com uns problemas quanto ao pagamento dos contratados, esperamos regularizar em janeiro'; 'Sabe como é, eu também tenho contas pra pagar'. Ele se recuou na cadeira e afirmou que com certeza amanhã o dinheiro sai. No seu rosto um sorriso de 'ela não tem medo de perder o emprego'. E hoje eu não tenho mesmo.
É incrivel a capacidade do ser humano de passar por cima de várias pequenas coisinhas todos os dias, evitando represálias e com isso ir se entalando.Não se mostrar por inteiro e pior que isso, não ter tempo para ser e viver as coisas realmente importantes,se consumindo nessa simbiose sem fim.
É claro, existem os bons momentos que compensam.Aqueles que acontecem no intervalo do dia-a-dia.Concordo.Mas não basta viver esses fragmentos e guarda-los;O bom mesmo é quando eles servem de motor pra uma mudança, pra repensar a anulação e a passividade que nos afastam dessas coisas boas.E acho foi isso que aconteceu comigo hoje.Uma bela noite, de uma bela data,me fez querer ser cada vez mais leve para viver de uma forma melhor.Pra isso acontecer, as vezes é preciso não calar, não deixar de fazer o que se quer pra agradar sabe Deus o quê.Excluíndo o maisporémtodaviaentretanto do vocabulário e deixando que os seus sonhos e pequenas vontades sejam maiores que o mundo.
*Foto:Grafite dos gêmeos Otávio e Gustavo Pandolfo
sábado, 17 de outubro de 2009
Via crucis
sexta-feira, 16 de outubro de 2009
Cinzas.
quinta-feira, 15 de outubro de 2009
Serpentina.
segunda-feira, 12 de outubro de 2009
Concentração.
Rumo ao centro da quadra
Da praia
Do boteco
Do cinema em casa
Debaixo dos lençóis
À dois
Às três talvez
Eu saia pra espairecer
Me concentrar em esquecer
Tudo o que é banal.
Multicor, fantasia
Em cena todas as suas
Escondidas o ano todo
Dando ares em cinco dias.
Faces
Facetas
A espreita na esquina
Embaixo da mesa
Pra dar mais adrenalina.
E o perfume entorpecente de quem lança
Tem um gosto marginal
Putas tristes, esse é o dia
Começou o carnaval!