"Nunca pintei sonhos, só pintei a minha própria realidade".
(Frida Kahlo)

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Vamos pra praia!


Até 2010!
0.o

Sobre as promessas.



E lá se vai mais 365 dias.
Foram só dias, apenas dias, de respirar e sentir. Alguns de dor, outros de alegria.
Sonhos, realidades cruéis e realidades que mais pareceram sonhos.
Tudo em 365 dias. Que se foram, mas não como os outros.

Respirar e sentir não mais como antes. Dor, alegria; Ser humano, mas Ser feliz. Completo.
O amor.
Nada é maior.
Estrelas que em segundos tomam conta do mundo.

Promessas realizadas.Todas elas...
Nem todas como se espera.
Talvez para alimentar novas promessas. 

Esses dias se foram?
Apenas uma passagem para os sonhos de hoje e de amanhã, que nunca dormem.

Roupas brancas,ondas, banho de cheiro.
Luzes e o teu abraço.
E nessa hora a esperança sempre se renova.

Sobre as promessas.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

As chaves do mundo imaginário.


Ela acordou e se sentiu extremamente pequena em relação aos móveis e cômodos da casa, mas em contrapartida suficiente grande pra carregar os seus sonhos nas costas -e mesmo que não fosse teria que dar conta, pois eles eram muito bonitos pra serem deixados pelo caminho.
Ela tinha um mundo imaginário, onde todas as coisas eram do jeito que ela sonhava.Mas apesar de ser a idealizadora desse mundo, nunca o tinha visitado, pois as chaves para entrar nele estavam nas mãos de um rei muito poderoso com o qual ela tentava duelar muito tempo mas nunca conseguia vencer.
Naquele dia mais uma vez ela iria lutar contra o rei. Se ela não o derrotasse dessa vez, para sempre ele ficaria com a chave e ela nunca iria poder morar no seu mundo imaginário.
Miúda ela vestiu as suas roupas que pareciam ser grandes demais naquele momento;Um escudo frágil e uma simples veste de cetim.Quando abriu o portão,sentiu um vento frio que  imaginou não aguentar, pelo menos não naquela condição de ser tão pequeno.Na mesma hora pensou que aquilo só podia ser mais uma armadilha do rei. Então pegou um guardachuvas, que posicionado no sentido do vento serviu como um seguro meio de transporte.
Quando a ventania acalmou, a pequena começou a caminhar assim, em pequenos passos, como em uma valsa tímida. Sabia que faltava muito pouco para o grande confronto e desejava muito derrotar o grande rei e salvar o seu mundo. Devia isso aos moradores dele, pessoas muito especiais que esperavam o momento dela viver ao lado deles e tudo virar uma festa.
 Ela tentou andar o mais rápido que pode, para chegar logo onde ela queria, mas suas perninhas não permitiam. Inconformada ela continuou a caminhada já que não havia outra solução.
A trilha que a levaria ao encontro do rei era cheia de segredos e armadilhas.O chão era repleto de pedras espinhosas e ovos gigantes de pássaros da noite. O ar era denso,uma fumaça branca que não permitia a visão do que tinha pela frente. Envolta nessa fumaça, sem querer a garotinha pisou em um ovo. O estalo do ovo quebrado foi semelhante a um trovão. Na mesma hora ela ouviu um canto que vinha dos altos e no meio daquela névoa ela avistou uma gigante ave negra. O animal piava com fúria e voava com toda a velocidade em sua direção. A menina ainda tentou correr, mas seu esforço foi em vão. O pássaro a alcançou com as suas garras, derrubando-a no chão.
     Depois do ataque o silêncio. Desmaiada no chão a menina permaneceu por muitas horas. Quando a tarde caiu os seus olhos se abriram. Foi levantando o seu corpo devagar, olhou ao redor. Ficou parada ali algum tempo, pensando no que tinha acontecido.Ficou com medo de continuar a caminhada, mas percebeu que não podia ficar ali, já que a noite estava prestes chegar. Deu um suspiro e voltou a caminhar.
   Estava chegando a hora do confronto!'Eu vou recuperar a chave do meu mundo imaginário, não vou deixar o rei roubar isso de mim!'. Determinada, a garotinha seguiu o resto do caminho, dessa vez com muito cuidado, evitando as pedras e os ovos. Quando estava quase chegando, ela começou a sentir o aroma de folhas úmidas. Esse cheiro lhe trouxe um bem estar muito grande e sem entender o seu corpo começou a crescer, tomando formas inimagináveis.Primeiro a sua cabeça, seguido dos pés e do coração. Em poucos segundos, cada passo que ela dava causava um grande tremor no solo. Os novos ares e a caminhada tinham lhe tornado grande o suficiente pra poder lutar contra o rei. Foi quando de longe ela pode avistar o imponente castelo.
Parou na porta de entrada e ele já estava a lhe esperar. Em tom de superioridade ele empunhou a sua arma mais simples, julgando que o duelo seria fácil. Presas em uma pulseira estavam as chaves do mundo imaginário.'Que armas usarás contra mim?'. A menina olhou ao redor assustada. Era grande, mas tinha apenas um escudo.'Então eu a vencerei com um único golpe?'.Com essa certeza o rei correu em sua direção.Mas em frações de segundos a menina lembrou do guardachuva, e ao se esquivar do golpe mortal que o rei tentou lhe desferir, com a alça do objeto ela puxou a pulseira que estava no seu braço. E correndo loucamente ela pulou a janela do castelo, na direção dos ventos, levando a chave do seu mundo que agora era real e pensando tranquilmente: 'Não importa o que aconteça; Sempre a inteligência vai ser maior que a força'.       

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

...

Desde que eu comecei a trabalhar, os meus posts estão sendo frequentes.Nem sempre tem coisa pra fazer por aqui, daí eu encontrei no blog uma forma de distração legal e a solução para dias assim. Agora constantemente eu escrevo coisinhas (pessoais ou não), e apesar de quase niguem ler e de absolutamente ninguem comentar (hahaha), eu tô gostando bastante de estar fazendo isso e me sinto muito bem.
Só que hoje as coisas não saíram como de costume. A morte lenta ultrapassou os limites e eu cai num tédio profundo. Não consegui pensar de fato em outra coisa,então resolvi discorrer sobre isso mesmo: O tédio.
Coisinha chata o tédio, não? A gente fica pensando no que fazer, mas tudo já foi feito -ou não dá pra ser feito naquele momento; A  gente pensa pra onde ir, mas não tem nenhum lugar interessante. Nem pra ler, nem pra olhar...é o vazio do pensar.
 Eu ainda tentei escrever sobre algo legal. Ia falar sobre o movimento de literatura marginal de São Paulo, Décio Bar, Roberto Piva, etc. Cheguei até a fazer o primeiro parágrafo, mass o meu nadismo absoluto falou mais alto (Em posts futuros pretendo falar deles), e agora cá estou eu, catando milho e esperando o momento de levantar dessa cadeira.
O engraçado é que eu tenho certeza de que vai ser só o tempo de dar tchau e bater o portão que ele vai passar. Vou pra rua ver gente, coisas, cores e tudo vai ficar legal como na hora que eu acordei, morrendo de sono, mas me sentindo super bem. Porque eu prefiro toddy ao tédio, e porque há sempre coisas novas pra viver e pra conhecer. 
Daqui a pouco eu vou fazer todas as coisas que eu quiser.Vou comer uma maniçoba no comércio (hummm), comprar presentes natalinos, tomar um sorvete.Mais tarde vou ver o rapaz que eu amo e a gente vai conversar um monte e rir muito (ainda mais que hoje ele viveu um episódio muito engraçado num coletivo...). Vou escutar música, continuar a leitura do meu livro...E quando eu me der conta, o tédio vai ter dado espaço pras coisas legais que eu tenho, e o tempo já vai ter passado o suficiente pra não dar chance de eu conseguir fazer todas essas coisas, tendo eu que esperar o dia seguinte...
    

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Welcome Mini Blues!



Ontem fomos pro estúdio gravar as nossas singelas músicas e o resultado foi melhor que encomenda. O som bem redondinho e preciso, as vozes compreensiveis, etc. Já esperávamos que tudo corresse bem,devido ao tempo que a gente vem ensaiando clandestinamente na casa do nosso batera,o Paulo, mas foi no estúdio que a gente foi perceber os pequenos detalhes que passam batidos nos ensaios garage.A sensação  de ouvir todos os instrumentos juntos, foi uma coisa superbacana. Mas eu acho que o que mais surpreendeu mesmo, foi a gente perceber só agora que apesar do nome,das letras e das composições fofas as nossas músicas são bem pesadas.
E agora é o momento de lamber a cria. Suckcess!, como diria Bob Dilan. As músicas estão sendo devidamente editadas e depois de prontas serão disponibilizadas pra vocês, pessoas do mundo virtual. Isso acontecerá provavelmente no comecinho do ano, pra ele começar no embalo de canções muito legais. Enquanto isso manteremos o mistério, deixando apenas as fotos da nossa mini gravação. =)





sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Vida de estagiário!


Compilações de HQ'S de Allan Sieber

Deus seja louvado!



Finalmente saiu! É um milagre....
HAHAHA.




quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Tem dias...

Vesti a jaqueta e fui. Peguei um ônibus incrivelmente vazio. Acho que todo mundo estava mais preocupado em se enrolar nas suas camas e lençóis quentes. Manhã fria em Belém. Dia raro. Até as minhas preocupações dormiram.
Tempo de melancolia e reflexão mas com esperança.
Pessoas caminhando tranquilamente pelas ruas molhadas e preguiçosas.
Vidros embaçados.
Cores,luzes,pingos,guardachuvas,serenidade.
Vamos parar o tempo.                                                  


segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Bonde de São Januário.


Bem que eu preferia que fosse o Trem de doido do Clube da Esquina, mas a trilha sonora desses últimos tempos tá mais pra bonde de São Januário; Na versão censurada.

Foto: Operários- Tarsila do Amaral.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Saia justa.

 Eu daria o nobel do bom senso pra quem determinasse que em grandes lojas deveriam ter atendentes e caixas especiais pra certos departamentos, evitando assim situações um tanto constrangedoras...
Lembra de algum dia da sua vida em que você foi comprar preservativos na farmácia e na hora de pagar o caixa te olha com uma cara super indiscreta de 'ooolha, tá comprando camisinha!'?Então,é desses momentos que eu estou falando. Mais chato que isso só um homem indo comprar uma bisnaga gel lubrificante.....
Essa semana aconteceu uma dessas comigo. Passendo em uma loja conhecida da cidade, resolvi dar uma olhada na sessão feminina.Não resisti e acabei comprando umas lingeries super lindas.Legal, fui pra fila, dez minutos, próximo!Lá vou eu com as minhas pequenas.O caixa, um rapaz.Forma de pagamento?Cartão.Ele pegou as minhas compras e ficou olhando.Na hora eu me incomodei um pouco,mas tudo bem. Daí ele passou o cartão na máquina a primeira vez: nada. Segunda vez: erro de novo.E nesse meio tempo de uns dois minutos ele olhava pra roupa, olhava pra minha cara, olhava pro cartão e eu assoviava querendo me enterrar.
Passados alguns instantes- que mais pareceram séculos- o bendito cartão finalmente passou. E quando eu já estava a ponto de sair correndo...'Você pode me dar  identidade?'.Okey.Ele pegou a identidade, anotou o rg no verso da nota e finalmente me deu as compras.Peguei a sacola e agradeci aliviada.Já estava me virando em direção a saída quando ele falou: 'O teu nome não me é estranho, eu te conheço de algum lugar.Tu não estuda no Ezamaz?' (E eu só comigo: Era só o que me faltava...),E com a minha cara de muito feliz respondi: 'Não, não estudo lá',e me virei em direção a saída, me livrando enfim daquela saia justa que veio de brinde na compra das lingeries.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Cores.


É fácil enxerga-las.
Faça chuva ou faça sol,
meu coração é teu abrigo
e por isso todo o dia está em festa


  
Essa é pra você.

Eu maior que o mundo




Quando nasci, um anjo torto
desses que vivem na sombra disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.
(Poema das sete faces.Drummond)

Hoje eu acordei diferente, embora o mundo continuasse igual.Tem dias que são assim.A gente aperta no foda-se e se desprende dos grilhões do silêncio e da obediência da vida adulta e suas pequenas regras de etiqueta.Então hoje resolvi falar pra não mais implodir.Me cansei de lero lero,como diz a minha amiga Rita Lee.
Minha avó como em todas as manhãs me chamou para leventar daquela maneira delicada, que sempre me assusta e me estressa nos primeiros minutos do dia.Levantei obstinada e segui para a cozinha.E de uma maneira bem tranquila falei:''Olha só vó,a senhora não precisa mais me acordar dessa maneira todas as manhãs, eu já tenho o meu despertador''. Se enchendo de espinhos pequena senhora falou:''Então quer dizer que tu estás me dando uma lição de moral? Pois eu nunca mais vou te acordar, nem que tu me peças!''. ''Ok, proveite e não desligue o ventilador na minha cara''. Cheguei a rir sozinha e achar engraçada a tolice e espraguejamentos da velha Dona Ray, mas não cedi. Chega de acordar com sustos e pressões.
Subi no ônibus.Aquela volta de uma hora para chegar no outro lado da cidade,que eu realizo há mais ou menos uns dois meses para chegar no meu adorado e estimulante local de trabalho.No caminho engarrafamentos,calor e escorões.Sentei em um dos bancos da frente do ônibus.Como sempre,ele lotou.Idosas que passeiam de graça nos coletivos todas as manhãs. Não leventei.Desculpe a melhor idade(hoje outro pobre trabalhador pode fingir que é educado e que se preocupa com esse tipo de coisa, mesmo estando morto de cansado),mas pra mim hoje é dia de ir sentada.
Bate ponto.Como podem ver hoje é dia 9.Meu salário de estagiária ainda não saiu. Mês do décimo terceiro(eu, simples estagiária, não sei o que é isso).Fui lá. 'Eu ainda não recebi'. 'Sabe como é,a gente está com uns problemas quanto ao pagamento dos contratados, esperamos regularizar em janeiro'; 'Sabe como é, eu também tenho contas pra pagar'. Ele se recuou na cadeira e afirmou que com certeza amanhã o dinheiro sai. No seu rosto um sorriso de 'ela não tem medo de perder o emprego'. E hoje eu não tenho mesmo.
É incrivel a capacidade do ser humano de passar por cima de várias pequenas coisinhas todos os dias, evitando represálias e com isso ir se entalando.Não se mostrar por inteiro e pior que isso, não ter tempo para ser e viver as coisas realmente importantes,se consumindo nessa simbiose sem fim.
É claro, existem os bons momentos que compensam.Aqueles que acontecem no intervalo do dia-a-dia.Concordo.Mas não basta viver esses fragmentos e guarda-los;O bom mesmo é quando eles servem de motor pra uma mudança, pra repensar a anulação e a passividade que nos afastam dessas coisas boas.E acho foi isso que aconteceu comigo hoje.Uma bela noite, de uma bela data,me fez querer ser cada vez mais leve para viver de uma forma melhor.Pra isso acontecer, as vezes é preciso não calar, não deixar de fazer o que se quer pra agradar sabe Deus o quê.Excluíndo o maisporémtodaviaentretanto do vocabulário e deixando que os seus sonhos e pequenas vontades sejam maiores que o mundo.

*Foto:Grafite dos gêmeos Otávio e Gustavo Pandolfo

sábado, 17 de outubro de 2009

Via crucis

Bate estaca
Bate estaca
E o tinlintar
Lembra o calvário
Nuvem cinza
Estrela de poeira
Eu sou o amor do mundo
- Ele dizia
E hoje é meu último dia.



*Marat e a Pietá da modernidade.

Sexo dos anjos.



De ficar nas nuvens
Nus
E sem medo.

L'amour.


Leve brisa francesa
Das nossas orgias
Em bailes de máscaras
Amor de outras vidas.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Cinzas.


A festa acabou

E ficou a sede de continuar

E o suor contínuo de ontem

Cretino

Nas noites foliãs.


A cinza vira confete

No céu de fim de tarde

E os seus restos espalhados pelo chão

Já é tarde

Sal de frutas

E a lembrança de uma festa tropical.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Serpentina.



Goze e fique triste
Mofino porque foi tão bom
Menino, não foi bem assim
Tanto desejo acumulou
Que a jato alívio circundou
O desempenho a desejar
Que breve foi o gemido
O arrepio
E o relatório.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Concentração.





Rumo ao centro da quadra

Da praia

Do boteco

Do cinema em casa

Debaixo dos lençóis

À dois

Às três talvez

Eu saia pra espairecer

Me concentrar em esquecer

Tudo o que é banal.

Multicor, fantasia

Em cena todas as suas

Escondidas o ano todo

Dando ares em cinco dias.

Faces

Facetas

A espreita na esquina

Embaixo da mesa

Pra dar mais adrenalina.

E o perfume entorpecente de quem lança

Tem um gosto marginal

Putas tristes, esse é o dia

Começou o carnaval!

P.s.:Textos extraídos do livreto ''O sagrado e o profano''; Minha primeira aventura pela marginalidade literária.Éam, futuramente eu postarei outros fragmentos.

Foto:Diane Arbor.