"Nunca pintei sonhos, só pintei a minha própria realidade".
(Frida Kahlo)

domingo, 24 de outubro de 2010

Moldura

Tentando me conhecer melhor.
A especialista em generalidades que não enxerga um palmo além do nariz.
Já faz tempo que não me prendo a nenhum tipo de ideologia ou convicção pra não correr o risco de me burocratizar ainda mais e não caminhar por outras estruturas. No entanto há travas inerentes à minha vontade. Algo que parece ser da essência.
Peixes com ascendente em touro ou em áries? Permanece a dúvida.
Eu gosto da idéia de me descobrir, mas não gosto do que estou descobrindo.É como se eu percebesse que todo o caminho percorrido tá errado. Que tudo o que eu vivi não significou nada, simplesmente porque eu não sei viver e mato tudo antes da hora. Como num beijo rápido demais, em que a gente não sente o gosto do sentimento.
Teria eu nascido de sete meses? A certidão confronta a hipótese. 
Tomara que a consciência sirva pra alguma coisa, ou eu terei que queimar todos os meus livros de malditos modernos. Eu sei que o meu mal é levar tudo à sério e brincar na hora que ninguém percebe.Mas faz parte de mim essa neurose a la Wood Allen. Esse egoísmo, essa possessividade. Por mais que eu me sinta uma tradicionalista de merda, no auge dos meus 21 anos...
Especialistas dizem que o que me falta é leveza. O que seria essa leveza? O jogo de dados do acaso? Tô me conflitando em busca dela e isso não é nada natural...
O que acontece é que eu posso não saber o que vai ser de mim, mas quero saber o que eu tô fazendo e porque. Daí eu posso construir ou descontruir as coisas. Admiro quem não pensa muito e só vive. É quase uma dádiva, não? Até quero absorver isso pra mim, mas posso garantir que está longe o dia em que eu vou virar a "alternative relax". Quem sabe na nova conjunção dos planetas...
É paradoxal. Sou o que sou e não sei se gosto disso. Também não sei se seria melhor de outra maneira. O preço que a gente paga por ter consciência é alto, mas é o primeiro passo. No mais, devo cuidar de mim e    usar essas características tidas como defeito a meu favor. Não vou ser determinista de achar que eu já nasci assim e serei assim pra sempre, e não aproveitar pra fazer as coisas de um jeito diferente. Mas ao mesmo tempo não vou contrariar a minha natureza, e passar por cima do que eu sinto. Nenhuma mudança é abrupta. É preciso entrar no casulo e metamorfosear. E isso é a única coisa que eu posso me propor agora. 
Bingo! Acho que encontrei o caminho da leveza.