Elas entendem tudo de arte, filosofia, literatura, engenharia e constituição. Discutem sobre metafísica, existencialismo, estética e marxismo. São interessantíssimas e temperamentais, sem deixar de lado a simplicidade. E quando querem, sabem usar muito bem seus artifícios de sedução. Mas não peçam para elas cozinharem um rosbife ou uma buchada de bode, porque esse é o ponto fraco.
Mulheres brilhantes e que não sabem cozinhar. Será que elas deviam precisar? Será que tantos atributos já não são o suficiente? Pelo menos para elas, o sabor da mistureba de macarrão, calabreza e salada de caixa já está de bom tamanho, quando não, aquele velho disque comida chinesa.
A liberdade e autonomia trouxe essa adaptação culinária, e eu sei que as que fazem parte desse rol – assim como eu, não deixam de ter orgulho, ao lembrarem que durante a juventude, se preocuparam muito mais em ler William Burroughs do que aprender as “funções de mulher” impostas pela família.
Mas tantas conquistas intelectuais parecem insuficientes, quando de supetão aparece um olhar crítico e atônito que lança a cortante indagação: “Tu não sabes cozinhar!!!???”
Sorry. Sei que Van Gogh e tintas amarelas formam uma das combinações mais bonitas da história e que o grito nas margens plácidas do rio Ipiranga é só um quadro, mas prometo aprender. Afinal de contas, mais cedo ou mais tarde vou precisar alimentar os meus. Vai que eles não apreciem Walter Benjamin e uma boa mistureba de macarrão...
bom texto!
ResponderExcluircozinhar é até legal, o problema é mais lavar a louça. isso é uma boa metáfora pra vida. é bom gastar o tempo com coisas que tu tem necessidade, comida, amor, consumo, viagens, etc. mas o mundo sempre cobra a velha faxina de vez em quando. pra isso não tem o lava louças do polishop.
E não é? Mas a saída e tentar levar as coisas numa boa. No final a gente não tá tão preocupado com a crítica dos outros quanto pensamos e sim com a autocrítica. Áh, e lavar louças é até legal. Se não forem frigiedeiras e vasilhas engorduradas...
ResponderExcluirse tem uma coisa que eu realmente posso falar de positivo sobre os seres humanos é a capacidade de se adaptar e superar as adversidades. sejam elas cozinhar, lavar a louça, escalar o monte everest ou alcançar o polo sul. se a alma humana fosse um rio, certamente seria daqueles que não param em qualquer paredão de pedra, virando um lago, plácido e sereno. saltaria o obstáculo e seguiria seu rumo, deixando pra trás um cachoeira bem turbulenta, mas que sempre vai estar lá.
ResponderExcluirQue saudade do Igor Farias! <3
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