"Nunca pintei sonhos, só pintei a minha própria realidade".
(Frida Kahlo)

segunda-feira, 16 de março de 2009

Você é o que você ouve?



Já é mais do que comprovado que a arte é mais do que devaneios subjetivos. Ela é a representação da realidade da época em que ela é gerada. E a música, uma das vertentes mais populares da arte, é uma prova viva dessa projeção cultural e comportamental desde os clássicos das opéras do século XVIII até o 'Créu' nos dias de hoje.

Mas levando essa idéia pro rock, um dos gêneros mais fantásticos de todos os tempos, essas nuances ficam mais evidentes, um panorama de como a sociedade do século XX, e a música atravessaram as décadas apoiadas uma à outra.

Com referências de jazz, gospel,country,e outras coisas, o rock surgiu como um atentado ao convencional e aos bons modos da sociedade burguesa, e adquiriu de imediato um caráter pop. Talvez essa aceitação tenha sido um resultado das mudanças de comportamento da sociedade em transformação,tanto que desde o começo foi um ritmo abraçado essencialmente pela juventude.

Daí pra frente o gênero só fez ganhar forças, suprindo a necessidade da juventude em se agrupar em torno de algo em comum. Desde as músicas 'menino ama menina' dos anos 50, o desbundado dos anos 60, o agressivo dos anos 70, o decadente dos anos 80, o existencial dos anos 90, até nos capengas dias de hoje, o rock vem cumprindo esse papel de gênero totalmente tribalizado.

Essa associação música e tempo é muito importante, porque rendeu frutos inestimáveis histórico e socialmente, e de quebra uma compilação de clássicos. Mas em relação à nossa contemporaneidade, existem dois pontos que são igualmente importantes e preucupantes, e que eu deixo para vocês caros leitores, pensarem e desenvolverem:Será que em meio a tantos acontecimentos históricos,a música, no caso em questão,o rock, hoje nada mais é que um aglutinador de pessoas e tendências, com caráter puramente mercadológico?Mais ainda do que antes?(Porque não sejamos ingênuos, existe uma grande estrutura por trás da arte)Como a gente facilmente identifica nas esquinas,causando a sensação de que a música é o que menos importa?

Outra questão é todo esse aparato visual e comportamental, que muitas pessoas levam bem à sério.Acabando por confundir sua personalidade com o estilo que escuta,ou pior ainda, com os produtos criados em cima da música. O cara pra ouvir punk rock, tem de cuspir na cara do tio avô? Pra gostar de psicodelia tem que se fantasiar de hippie e virar comunista?
O que acontece agora é a falta de alguma coisa a altura pra representar a atualidade, resultando nessa salada de tendências e comportamentos duvidosos. Ou então essa é a coisa a altura mesmo, numa sociedade que sabe fazer máquinas, mas não sabe mais fazer e viver a arte; Que tem o msn em casa, mas que não sabe se relacionar com as pessoas, e mais do que antes, tenta encontrar alento em grupos, estilos, muitos deles que nem condizem mais com a atual realidade, diminuindo ao fim a importância da música.

Legal depois de 50 anos ver que o rock,quanto cultura, ainda tem a capacidade de reunir pessoas e fazer elas viverem algo em torno dele; só é uma m@#& quando essas certas pessoas confundem as coisas, e acabam por associar e subjugar a música às modinhas passageiras.

foto da banda punk góspel Vamos metralhar o capeta!

5 comentários:

  1. concordo plenamente guria! tá faltando algo de bom pra nos representar nesse seculo 21...u.u

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  2. é cara,a coisa tá feia.Agora só resta abraçar o capeta...

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  3. Chegamos no estágio máximo da sociedade do consumo, inclusive na música, o Rock é a musica de massa que mais representa alguns anseios desta, como o romantismo representou à burguesia no século 19. Hoje ela representa-nos, mas durante um ou no máximo uma semana, ao menos existem coisas que preferem estar no submundo ou estão no maisntream pero sin perder la ternura, acredito que até podemos corremper, mas o ideal libertário do Rock n' Roll sempre vai existir ele é maior do que as porcarias que a MTV vende pra gente como bom!!!!

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