"Nunca pintei sonhos, só pintei a minha própria realidade".
(Frida Kahlo)

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Tocando a alma.


Para ouvir ao som de Três dias
Marcelo Camelo vem à Belém no dia 4 de junho para uma apresentação no Hangar. Apesar de eu admira-lo, principalmente na fase Los Hermanos, não sei se vou ao show. Como disco solo dele, o “Sou”, não fez a minha cabeça, resolvi baixar o novo trabalho, “Toque dela”, pra ver se me convence.

Logo ao ouvir a primeira música, “A noite”, foi como se um baú de sensações se abrisse na minha frente. A sutileza das composições, ricas em detalhes e a voz macia do Camelo cantando palavras de amor, me transportaram para uma viagem no tempo. Mas que tempo é esse, eu não sei.

O que eu senti não foi nostalgia. Nem identificação com o presente. Foi como se eu não fizesse parte de tempo nenhum. Como se eu não coubesse no passado e faltasse no futuro, a La “O homem que não estava lá”.

Marcelo cantando “Dois barcos” no pé do ouvido há cinco anos, transbordava o amor e a pureza que havia em mim. Hoje, ele cantando “Três dias” faz eu me dar conta de uma coisa linda que eu não sei explicar e talvez nem sentir.

E o question mark point inevitável surge na minha cabeça: Será que foi ele que parou no tempo ou eu que mudei demais? Seriam as canções dele capaz de tocar os velhos e os moços de outros carnavais, ou já nasceram como ecos de antigos sentimentos?

Amigos passaram, amores passaram, sonhos se realizaram ou não. O tempo é outro e apesar das canções soarem familiar, são outras também. E mesmo ainda não entendendo o que “Toque dela” provocou em mim, posso dizer que senti uma sensação de alívio ao escutar o disco. Pois me percebi de pé depois de todos os sentimentos e situações que eu vivi embaladas por antigas canções. É como o próprio Camelo diria: “Não me falta o passo, coração...avante!”

Continuo sem saber se eu vou ao show.Talvez não. Acho que vou ficar por aqui vendo ele de longe e desejando coisas boas, como a gente sempre faz com as pessoas que estão nos nossos corações, mas não tão perto assim.