"Nunca pintei sonhos, só pintei a minha própria realidade".
(Frida Kahlo)

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Uma nuvem marginal.


O Brasil do fim dos anos 60 e anos 70 foi inesquecível; Decreto do AI-5, morte de Herzog, guerrilha do Araguaia...Esse estado de caos deu vazão à diversos movimentos artísticos de resistência e rendeu muitos frutos. E foi nessa penumbra repressora que surgiu uma nuvem e começou essa estória.

No fim dos anos 60, um punhado de amigos e agregados se reuniam pelas praias e bares do Rio de Janeiro, com mil idéias em comum. E não se sabe ao certo como foi que começou, pois já eram arte, e num movimento instantâneo, passaram a produzir arte.

Nomes principais: Chacal, Bernardo Vilhena, Ronaldo Santos, e Ronaldo Bastos.

Oficio: Fazer e acontecer.

Juntos eles passaram a construir e desconstruir as coisas, num exercício aos sentidos. Começaram a produzir as famosas Artimanhas, evento Artístico-boêmio-literário,realizado em sebos, para divulgação dos seus livros de poesia marginal,calendários , almanaques (biotônico vitalidade), e poesias faladas. Fundaram também o bloco carnavalesco lítero-musical euterpe Charme da simpatia, que desfilava pelas ruas de búzios em papéis celofanes.

A idéia da coisa ter cara e registro, veio da necessidade de mostrar unidade . O nome surgiu numa tarde lisérgica de ventania, quando uma nuvem cigana pairou pelas ruas de Ipanema...

Musical, marginal, o movimento atraiu outros amigos em ação. Na bola de fim de tarde com os Novos Baianos, na passagem do Chacal no coletivo de teatro Asdrúbal trouxe o trombone, ou na parceria de Bernardo Vilhena com o Bituca ( Milton Nascimento) e Lô Borges, na criação de letras que vieram fazer parte do fodástico Clube da esquina. (Inclusive lá, tem uma música chamada Nuvem cigana, pra quem ainda não ouviu,eu indico)

A Artimanha de reinventar e misturar, acabou por ser precursora da poesia marginal no Brasil, e contribuiu também para a música e para os tradicionais blocos de rua do Rio de Janeiro.

Tudo o que foi feito de bom nessa época, seja pela Nuvem cigana ou por outros coletivos, reverbera nos dias de hoje, nos dá respostas e vontade de agir. Eles são o exemplo do atentado contra a inércia. Pra quem quiser fica a dica; é só deixar o coração bater sem medo.

*Para saber mais sobre a nuvem cigana, tem o livro ‘’Nuvem cigana: Poesia e delírio no Rio dos anos 70’’, e uns vídeos no youtube também. Deleitem-se.



*Foto: Nuvem cigana e Clube da esquina.

Uma nuvem marginal.










O Brasil do fim dos anos 60 e anos 70 foi inesquecível; Decreto do AI-5, morte de Herzog, guerrilha do Araguaia...Esse estado de caos deu vazão a diversos movimentos artísticos de resistência e rendeu muitos frutos. E foi nessa penumbra repressora que surgiu uma nuvem e começou essa estória.
No fim dos anos 60, um punhado de amigos e agregados se reuniam pelas praias e bares do rio de janeiro, com mil idéias em comum. E não se sabe ao certo como foi que começou, pois já eram arte, e num movimento instantâneo, passaram a produzir arte.
Nomes principais: Chacal, Bernardo Vilhena, Ronaldo Santos, e Ronaldo Bastos.
Oficio: Fazer e acontecer.
Juntos eles passaram a construir e desconstruir as coisas, num exercício aos sentidos. Começaram a produzir as famosas Artimanhas, evento Artístico-boemio-literário,realizado em sebos, para divulgação dos seus livros de poesia marginal,calendários , almanaques (biotonico vitalidade), e poesias faladas. Fundaram também o bloco carnavalesco lítero-musical euterpe Charme da simpatia, que desfilava pelas ruas de búzios em papéis celofanes.
A idéia da coisa ter cara e registro, veio da necessidade de mostrar unidade . O nome surgiu numa tarde lisérgica de ventania, quando uma nuvem cigana pairou pelas ruas de Ipanema...
Musical, marginal, o movimento atraiu outros amigos em ação. Na bola de fim de tarde com os novos baianos, na passagem do Chacal no coletivo de teatro Asdrúbal trouxe o trombone, ou na parceria de Bernardo Vilhena com o Bituca ( Milton Nascimento) e Lô Borges, na criação de letras que vieram fazer parte do fodástico Clube da esquina. (Inclusive lá, tem uma música chamada Nuvem cigana, pra quem ainda não ouviu,eu indico)
A Artimanha de reinventar e misturar, acabou por ser precursora da poesia marginal no Brasil, e contribuiu também para a música e para os tradicionais blocos de rua do Rio de Janeiro.
Tudo o que foi feito de bom nessa época, seja pela Nuvem cigana ou por outros coletivos, reverbera nos dias de hoje, nos dá respostas e vontade de agir. Eles são o exemplo do atentado contra a inércia. Pra quem quiser fica a dica; é só deixar o coração bater sem medo.

*Para saber mais sobre a nuvem cigana, tem o livro ‘’Nuvem cigana: Poesia e delírio no Rio dos anos 70’’, e uns vídeos no youtube também. Deleitem-se.





* Na foto: Nuvem cigana e clube da esquina.